quinta-feira, 14 de outubro de 2010

UM PRÊMIO E UM CASTIGO BEM MERECIDOS

UM PRÊMIO E UM CASTIGO BEM MERECIDOS


Demorou trinta e dois anos para o criador da fertilização in vitro, o biólogo Robert Edwards, ganhar Prêmio Nobel de medicina e fisiologia. Ele e seu parceiro nas pesquisas, o obstetra Patrick Steptoe, que não teve a mesma sorte, morreu em 1988, possibilitaram o nascimento de Louise Brown, o primeiro bebê de proveta. A menina concebida em laboratório nasceu saudável há trinta e dois anos, vive normalmente e deu naturalmente à luz um filho, hoje com três anos.
Por razões político-religiosas a Academia não reconhecia o seu mérito. “Ter um filho é a coisa mais importante da vida”, dizia quando era atacado e criticado por membros de igrejas que até hoje tentam de todas as maneiras coibir o avanço das pesquisas que possibilitam a muitas pessoas inférteis ou que não possam conceber pelas vias naturais por qualquer outro motivo, realizar o sonho de gerar um filho.
A igreja sempre buscou conter e controlar o seu rebanho com discursos obsoletos e administrando a manutenção da ignorância, punindo aqueles que ousam pensar além ou que têm ideia desviante da sua doutrina. Interessante é que tudo evolui. Até os animais pela simples necessidade da vida procuram se adaptar ao meio, mas a igreja se mantém austera, implacável, intransigente e continua se baseando em argumentos cheirando a mofo que ninguém sabe com certeza quem escreveu, para controlar os cordeiros de Deus. Sem contar as incoerências com o que apregoa, pois o livro dos livros contém textos eróticos tais como: “Após a destruição de Sodoma, os únicos sobreviventes eram Ló e suas duas filhas. As filhas de Ló embebedaram o pai e tiveram com ele a noite mais incestuosa da Bíblia” (Gênesis 19:31); “Vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram-nas como mulheres, tantas quanto desejaram” (Gênesis 6:2); “ O hebreu Onã casou com a viúva de seu irmão, mas não conseguia fazer sexo com ela, preferia o prazer solitário” (Gênesis 38:9). Do nome dele vem o termo onanismo que significa masturbação; “Após a fuga para Canaã, a judia Ooliba tem saudade dos tempos em que se prostituía no Egito. Tudo porque seus amantes tinham as carnes como de jumentos e cujos fluxos eram como de cavalos” (Ezequiel 23:20).
Felizmente a decisão da Academia, é sinal de que, embora tenha demorado muito, desde que o homem começou a utilizar melhor os recursos natos que caracterizam a inteligência, esteja, finalmente, se libertando dos grilhões dos dogmas que tentam obscurecer a realidade com historinhas que ninguém viu acontecer. Talvez seja porque a igreja cochilou e deixou vir à tona a incoerência que vivia escondida debaixo da batina dos clérigos, revelando os atos obscenos e perversos praticados por alguns de seus representantes, homens comuns com deformações psíquicas, cujos crimes tentam acobertar. Desde quando é assim?

Mario Rezende

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